Jacques Huber (1867-1914)

Paula Cruz | 21:17 | 0 comentários



Botânico suíço formado em Ciências Naturais pela Universidade de Basiléia (Suíça), especializou-se em botânica na Universidade de Montpellier (França), dedicando-se ao estudo das algas. Chegou a Belém no ano de 1895, atendendo ao convite do Dr. Emílio Augusto Goeldi, então diretor do Museu Paraense de História Natural e Etnografia (atual Museu Paraense Emílio Goeldi). O objetivo do convite era o de torná-lo chefe da seção botânica da instituição e colaborador no processo de reformulação do Museu.
O contexto local no período da chegada de Huber é o do auge da economia regional, decorrente do sucesso das exportações da borracha produzida na Amazônia, produto este adquirido a partir da extração do leite da seringueira, árvore abundante nas florestas da região. Diante disso, o botânico voltou suas pesquisas às árvores produtoras de borracha, o que resultou em diversos trabalhos publicados sobre o assunto; além da descoberta, descrição e mapeamento de novas espécies de seringueiras.
 Em 1907, com o retorno de Emílio Goeldi para a Europa, Jacques Huber assume a direção do Museu Paraense. Como diretor, representou o Museu e o Estado do Pará em diversos congressos e exposições internacionais, tornando-se cada vez mais conhecido no meio científico internacional. Em 1912, em meio aos prenúncios de uma crise econômica regional - devido às baixas nas exportações de borracha amazônica -, o botânico foi designado pelo Governo do Estado para realizar uma viagem com fins de estudos técnicos sobre o cultivo de seringueiras nos principais países asiáticos. Naquele momento, o Pará perdia espaço no mercado internacional para a produção de borracha asiática.
Jacques Huber também desenvolveu outras pesquisas de grande destaque sobre a natureza amazônica, entre as quais tem-se as dedicadas às frutas, matas e madeiras regionais, entre outras. Em 1913, além de continuar com os estudos relacionados à indústria extrativa do látex, Huber passa a dedicar-se também às pesquisas sobre a produção do cacau, sendo um dos seus últimos trabalhos, a contribuição dada ao Serviço de Assistência aos Plantadores de Cacau do Rio Tocantins.
Jacques Huber morre em Belém no dia 18 de fevereiro de 1914, vítima de apendicite, deixando esposa e três filhos.

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