A pimenta do novo mundo.

Paula Cruz | 10:30 | 0 comentários



Muita gente detesta pimenta!

     Mas muitos adoram esse tempero – no arroz, no feijão… Até mesmo alguns doces exóticos apimentados podem agradar aos paladares mais aventureiros.
         E veja que interessante: historiadores acabaram de descobrir que os navegantes portugueses do século 16, quando aportavam aqui nas Américas, não estavam interessados apenas em pau-brasil, papagaios ou animais silvestres. Eles também tinham muito interesse em negociar as pimentas nativas de nosso país – que já eram conhecidas e apreciadas pelos povos indígenas.
      Essa novidade foi descoberta recentemente pelos historiadores Christian Fausto, Fabiano Bracht e Gisele da Conceição, da Universidade Estadual de Maringá, no Paraná. “As pimentas não tinham tanto valor mercantil, mas eram muito importantes para garantir a sobrevivência dos marujos em alto mar”, conta Christian.
       Naquela época, era muito comum que navegantes fossem acometidos pelo escorbuto – uma doença que, pela falta de vitamina C, ataca os lábios, as gengivas e os dentes. E não é que as pimentas nativas do Brasil eram um santo remédio para esse mal?
        Dois exemplos são a malagueta (Capsicum frutescens) e a dedo-de-moça (Capsicum baccatum). Uma só dessas pimentinhas pode ter até seis vezes mais vitamina C do que uma laranja! Além disso, as pimentas tinham uma bela vantagem logística: enquanto a laranja apodrecia após três semanas de viagem, as pimentas duravam muito mais tempo – além de ocuparem bem menos espaço na embarcação.

Fonte: Revista Ciência Hoje.

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