A pimenta do novo mundo.
Muita gente detesta pimenta!
Mas muitos adoram esse tempero – no arroz, no feijão… Até
mesmo alguns doces exóticos apimentados podem agradar aos paladares mais
aventureiros.
E veja que interessante: historiadores acabaram de descobrir que
os navegantes portugueses do século 16, quando aportavam aqui nas Américas, não
estavam interessados apenas em pau-brasil, papagaios ou animais silvestres.
Eles também tinham muito interesse em negociar as pimentas nativas de nosso
país – que já eram conhecidas e apreciadas pelos povos indígenas.
Essa novidade foi descoberta recentemente pelos
historiadores Christian Fausto, Fabiano Bracht e Gisele da Conceição, da
Universidade Estadual de Maringá, no Paraná. “As pimentas não tinham tanto
valor mercantil, mas eram muito importantes para garantir a sobrevivência dos
marujos em alto mar”, conta Christian.
Naquela época, era muito comum que navegantes fossem
acometidos pelo escorbuto – uma doença que, pela falta de vitamina C, ataca os
lábios, as gengivas e os dentes. E não é que as pimentas nativas do Brasil eram
um santo remédio para esse mal?
Dois exemplos são a malagueta (Capsicum frutescens) e a
dedo-de-moça (Capsicum baccatum). Uma só dessas pimentinhas pode ter até seis
vezes mais vitamina C do que uma laranja! Além disso, as pimentas tinham uma
bela vantagem logística: enquanto a laranja apodrecia após três semanas de
viagem, as pimentas duravam muito mais tempo – além de ocuparem bem menos
espaço na embarcação.
Fonte: Revista Ciência Hoje.
Category: curiosidades
0 comentários